Em termos de mitos sagrados o abandono refere-se ao momento em que o indivíduo deixa de lado o ponto de vista limitado do Ego, do ponto de vista do abandono das “proibições” e banalidades, e de modo a ganhar uma perspectiva Arquetípica ou Divina. Do ponto de vista psicológico, trata-se de uma perspectiva nova em que a vida é vivida em função da profundidade da Alma. Segundo Tom Chetwnd na sua obra Dicionário dos mitos sagrados afirma: “ Dioniso (abandonado por sua mãe) é o Deus do Vinho e Senhor do Abandono. Os domínios do Ego governados por Apolo podem ser trocados pelo mundo muito diferente da Alma. Os bacchoi eram os seus seguidores que se entregavam ao abandono. Shiva está associado ao abandono e à obscenidade. Os bhaktas eram os seus seguidores auto-abandonados. Mas em qualquer religião viva há um tempo para o abandono à iniciativa e à inspiração Divina. Na psicologia, o reconhecimento dos limites humanos e a permissão dos poderes que estão para além deles, também desempenham um papel importante.”
(Chetwnd, Tom. Dicionário do mitos sagrados. Lisboa, Planeta editora, s.d., p.15)
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